sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

PROMETE

 

E se eu sorrir para você
De uma forma que entrega o jogo
De uma forma que deixa a entender
Que te quero sempre de novo e de novo...
Se eu tomar coragem
E sobre tudo me confessar

E assumir que não é bobagem

O quanto eu quero te amar…

Se eu me render por inteiro

Promete me pegar nos braços

E não deixar ser passageiro

E nunca faltar abraços

Promete não me soltar

Me aquecer com seu calor

Que eu prometo te amar

E fazer de ti o meu amor.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

QUERIDA CLARICE

 

Clara como um nevoeiro num dia frio

Linda como o espetáculo do pôr do sol

A mescla de cores no dourado dos seus olhos

Render-me-ia a esse olhar vivo como farol

A me guiar os passos no oceano sombrio

 

Morava nas águas minha alegria

Lá estava meu riso tão seu e só

Onde as ondas se quebravam na praia

Nunca houve lá felicidade maior

De onde agora se apossou a melancolia

 

A tua ausência me sufoca

O teu sorriso que silenciou

Tua mão que não mais me toca

A tua voz que emudeceu

Sabe o que isso me provoca?

 

Ah, nívea musa da minha alma

Impera aqui a solidão e descontentamento

Desde que tu te fostes com o vento

Levando do meu peito toda calma

Me restando apenas canções de lamento...


terça-feira, 10 de novembro de 2020

SORRISOS

 

Dos poemas que já escrevi

Os que dediquei a ti

Foram os mais belos e os

Mais dolorosos de se escrever...

As lembranças são as

Mais doces e as mais

Amargas de se reviver.

O teu sorriso

Leve como a brisa

Impulsionavam ondas de felicidade

Em meu ser.

Esse sorriso se tornou

Minha saudade diária

Fez morada na memória

E foi ocupando toda a área

Do meu coração.

E quanto lembro

Do som da tua voz

A risada cativante

Que fazia meu dia clarear...

Desmorono, saudosa...

A lembrança do teu sorriso ainda é

A única força capaz de me desarmar.


sexta-feira, 6 de novembro de 2020

FUMAÇA

  

Quando você partir

Deixarei tudo como está,

Vai que você se arrependa

E queira aqui voltar...


A mesa estará posta

No rádio, aquela música

Toca infinitamente...


Na sua poltrona

Estarei debruçada

Olhando em direção a janela...

As pernas cruzadas

O semblante estupefato

O corpo imóvel

Feito estátua de sal...


A mão pendente

Segura um cigarro que foi teu

As cinzas mornas caindo

No piso de porcelanato...


A cena congelada

O riso emudecido

Como numa fotografia

Nada se mexe...


A fumaça ainda está

Pairando sobre minha face

O sopro foi interrompido no ato,

Quem olha o retrato

Não sabe se a beijo

Ou a expulso...


Tudo está meio avulso,

Sem ação do tempo

Sem qualquer movimento

Desde que você se ausentou.


quinta-feira, 5 de novembro de 2020

NOTAS MUSICAIS

  

A tua voz é melodiosa

Como orquestra sinfônica

Tua fala é fila harmônica

Fala só na manha

Como aquele sol da manhã

Com dó de aquecer,

Aparece com a neblina

Meio por trás da cortina

Branca e fina

Esperando a minha

Reconstrução matutina

E me faz querer ser sol também.

Lá onde a luz do além

Brilha para si e só

E mais alguém.

Onde os raios solares

Encontram com o mar no cais

E me faz querer morar

Nas tuas notas musicais.


sábado, 31 de outubro de 2020

LENÇO BRANCO NA JANELA

  

Eu esperei.

Eu esperei o teu regresso.

Eu contei cada minuto

Que mais pareciam horas sem ti.

Eu me debrucei sob a janela

Segurando meu lenço branco

Olhando sempre para o horizonte

De onde tu viria.

Esperei dia e noite pelo teu retorno

De dia a cantar a capela

A noite a contar as estrelas…

Nem todas as constelações

Teriam o brilho dos olhos teus…

Esperei-te pacientemente

Incapaz de aceitar

Que o tchau se tornaria adeus…

E esperei mais um instante...

As águas salgadas

Marejaram nos meus olhos

E regaram o meu pranto…

Ainda a pouco o esperava

Mas o cansaço me abateu

Adormeci debruçada na janela

A chama da vela se apagou

Tudo escureceu...

Quanto ao lenço

O vento levou

O soprou para longe

Desapareceu.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

JOGO DE PALAVRAS

 

Com todo o meu fôlego

Grito o teu nome aos quatro ventos

E ouço ecoar ao longe

O perfeito imitar da minha voz.

 

Como em um jogo de palavras

O vento espalha as letras do nome teu

Formando anagramas que viajam na brisa

E chegam até as mais altas nuvens.

 

O céu antes azul acinzenta

E as nuvens carregadas de água

Chovem gotas com as tuas letras

Que despencam no chão.

 

Na lama as encontro separadas

Já lhes faltam vogais e consoantes

Não são mais como eram antes

E já não formam mais nada.


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

POEMA À ESPERANÇA


Procuro em ti

Todos os sonhos possíveis

Estes, quase sempre invisíveis

Como a poeira dos sentimentos

Que nunca senti.

 

Pretendo teu canto ouvir

Enquanto em algum canto cantas

O medo que há em mim espantas

Fazendo-me finalmente sentir

 

O que outrora não havia sentido

Quando ouço o som da tua voz

No silêncio da noite, a sós

Apenas seu sussurro ao meu ouvido.

 

Não se ouve mais nada

E o que há aqui dentro

Além desse sentimento

Que me apanhou despreparada?

 

Você que me fez sentir tanto

Pôs em cantos a minha dor

As trocou por esperança, amor...

Por enquanto, eu sinto encanto

 

Sinto muito, sinto tudo

Tudo que a esperança traz ao coração

Todas as possibilidades na palma da minha mão

O medo já calou seu grito mudo.


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

MANHÃ


A luz do sol da manhã
Quando refletida nos olhos da menina
Ganha mais vida
Me encanta e me fascina.

O esplendor da tarde,
O soprar do vento
que brinca com seus cabelos
E esse sentimento
que me faz querer tê-los
Entre meus dedos
para lhe afagar...
Enquanto a melodia
que encanta esse dia
Vem nos embalar.



segunda-feira, 18 de maio de 2020

ASPIRAÇÃO


Eu não quero algo banal.
Quero algo que só de pensar
Já dê aquele friozinho na barriga
Que me faça suspirar
Tão profundamente que parece
Que nem todo o ar do mundo
Preencheria meus pulmões.
Que faça as pernas ficarem bambas
E as mãos suarem,
Os lábios sorrirem
E os olhos brilharem.
Que seja amor.
Que seja paixão.
Carinho.
Respeito.
Que seja recíproco.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

FÉRIAS


Se eu pudesse simplesmente
Desconectar meu coração do resto do corpo
Para não mais sentir saudade
Para não mais sentir sua falta
E dar umas férias para essa solidão.

Se eu pudesse simplesmente
Colocar o meu ouvido no modo off
Para não mais ouvir as injúrias
Que pessoas medíocres
Formulam a meu respeito.

Se eu pudesse simplesmente
Costurar a minha boca
E não responder aos tolos argumentos
De quem só quer me derrubar
De quem só quer me destruir.

Se eu pudesse simplesmente
Tirar umas férias definitivas
E viver em perfeita harmonia
Com o meu eu tão solitário
Com esse ser tão formidável.

TUA VALSA VOLÚVEL


És de onde o vento passeia
E a neblina faz morada...
Pela estrada afora
Caminha em busca do desconhecido
Se aventurando nas incertezas do destino.

És de onde a boca sorri
E os olhos a acompanham...
As mãos seguram
Todas as possibilidades
Que a vida tem a oferecer.

Os pés conhecem tão bem
A valsa que o vento toca
Só para quem sabe
Ouvir o coração.
Como se já soubesse
Na incerteza que é a Poesia
A melodia que ela traz
Para cada canção.

domingo, 26 de abril de 2020

SAUDADE TRIVIAL


Aí o tempo passa...
As coisas parecem voltar ao normal
Ou ficam comuns, sei lá...
Saudade não fala
Mas se falasse
A primeira palavra dita seria teu nome.

Eu só fico me perguntando
Onde foi que nos perdemos
Um do outro...
Ou se já nos pertencemos
Algum dia...

LEVE


Quando fores
Rega as dores
Rega as flores
Regadores
Lave a alma
Leve a calma
Esqueça os defeitos
Os preconceitos
Nada é perfeito
Mas tudo tem um jeito.
Leve só o que for leve
E doce de carregar no peito.